Por entre a neblina, sigo o caminho de sempre
Sigo o caminho de sempre, o caminho de outrora e dos dias que hão-de vir. Imagino quantas mulheres terão pisado estes campos, antes de mim, e alimentado a alma a cada manhã com o aroma da mesma terra, inspirando a neblina do mondego que cobre o vale de frescura para se dissipar a meio da manhã.
Quantas terão apreciado o tronco da mesma oliveira e, olhando para as suas flores, terão sorrido, sabendo que em novembro haverá azeitonas para colher e transformar. Que terão comido as uvas e os figos doces, trincado uma maçã para saciar a fome.
Quantas terão atravessado este prado, cheirado as flores, e colhido um ramo para enfeitar e perfumar a cozinha…
Sempre procurei o meu lugar no mundo. Nasci na cidade, mas cresci no campo. Em muitas casas, montes e vilas. Voltei à cidade. Deixei a cidade. Aproveitei o melhor dos dois mundos, nas alturas certas. E sempre soube que era entre as árvores, as pedras velhas e o recantos do campo que me sentia verdadeiramente em casa.
Durante anos, procurei a minha casa, o lugar onde lançar as minhas raízes. Durante anos desejei-o muito, ainda sem condições para o ter na minha vida.
Por isso, segui caminhando, no nevoeiro, contando os meus passos para não me perder. Dando sempre passos na sua direção. Confiei e esperei pacientemente, a altura em que o universo me levaria até aqui.
I love this, Joana. I too always like to think of who came before… I hope one day I too will find a place I love enough to plant trees. Much love my friend!