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O medo e capacidade de reação

Medo e capacidade de reação. Quando o medo é sentimento comum, energia sugadora, que podemos escolher não deixar entrar.

“As nuvens negras e o céu pesado retratam o sentimento comum. Numa altura em que tudo parece desmoronar. O meu coração está junto, mas escolhe tentar não deixar entrar o medo. Escolhe desligar a TV e não entrar na espiral sugadora.”

Escrevi estas palavras há alguns dias – para mim – quando de sobressalto a nuvem pesada invadiu os corações dos europeus com a notícia da concretização das ameaças de guerra iminente. Sabendo que, a comunicação social estava a “preparar-nos” há dias… com o seu circo mediático 24horas por dia, ávido de ação. Quanto não vale um grande headline dramático, quanto não vale um gráfico de audiências?… manter o máximo de gente, colado ao ecrã, sugado pela espiral…

Escolho informar-me o suficiente, talvez friamente, ainda que sem sucesso… pois não sou de todo imune ao sofrimento alheio. Apenas tento evitar que o sofrimento entre por mim a dentro, escancarando-lhe a porta…

O meu coração está junto. Das famílias, das mães, dos filhos, dos homens e mulheres, e jovens, tão jovens, de arma na mão. Carne para canhão. De ambos os lados. A que eles ironicamente chamam de “efeitos colaterais”, números num papel e num headline de jornal.

O meu coração está junto, não há como não estar.

Murmuro preces, sem religião alguma. E sem escolher lados. Pelas pessoas inocentes e suas perdas. Pelo cair da Humanidade e da “falsa segurança”.

Na certeza de que não há heróis nem “causa maior” em guerra alguma. Não heróis, muito menos os que não foram para a linha da frente.

Há loucos – que saem sempre impunes – jogos de poder e braços de ferro. O povo… é sempre só um mero peão.

Por esta guerra, e todas as outras que acontecem neste preciso momento (apenas sem tanto protagonismo, agora), renovo e lanço aos céus a minha esperança na geração dos meus filhos e finco pé na certeza de que a responsabilidade é toda nossa, Pais, e na forma como os educamos.

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